segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sobre o amor - Segunda Parte

SOBRE O AMOR - SEGUNDA PARTE

Segundo o filósofo André Conte-Sponville, agir de modo amável não é ser amoroso, mas é um começo, viver em estado de amor pode ser uma opção, algo que podemos desenvolver, uma atitude que começa na mente e acaba instalando no coração um novo jeito de ser.

Para entender melhor o amor vamos aos seus 'tipos'. O mais primitivo tipo de amor é o erótico, egoísta, incompleto, é uma espécie de desejo pela falta, geralmente se consuma pelo contato sexual, "necessário e próprio de nossa condição de humanos incompletos" (Eugenio Mussak).

O segundo tipo é o amor fraternal, companheiro, menos estimimulado pela posse, encontramos este tipo nas relações de amizade, onde o ato de estar junto e de compartilhar momentos, conversando, cuidando, dividindo alegria, sendo generoso. A ressalva é que sendo generoso, serve, servindo sente-se bem, portanto age para sentir-se bem, para seu bem estar, sendo assim também é egoísta.

Acima desses tipos temos o terceiro tipo, o amor divino que é universal, sem predileção ou eleição, é inteiramente desinteressado, "não é paixão, nem amizade, é divino, criador. Ele dá valor em si mesmo.Ele não especifica capacidades, concede-as. É a aceitação invariável do outro, seja ele quem for, amigo, inimigo, indiferente." (Eugenio Mussak)

Podemos encontrar esse tipo de amor em algumas relações, como entre pais e filhos, por exemplo, mas lembrando que o amor divino pressupõe a não-posse, ou seja, ninguém pertenCe a ninguém, sabe que cada pessoa tem sua vida e de acordo com suas qualidades e dificuldades vai vivê-la. O amor divino não é moeda de troca, simplesmente doa, sem esperar nada em troca, é libertário.

Dito tudo isto, entendemos que precisamos trabalhar muito no sentido de respeito e cuidado com quem amamos e olhando dentro de nós para afastar o egoísmo e a comodidade.

Não vamos nos desiludir, achando que estamos muito longe de alcançar a condição de sermos tão benevolentes a ponto de amar mais o próximo, porque precisamos amar o próximo como a nós mesmos. Isto dá outro texto, já que se concluímos que nosso conceito de amor está equivocado, se amamos pouco o próximo imagine a nós...mas, não importa por onde começamos, se pelos outros ou por nós, o que importa é amar, tentar amar cada vez mais e melhor.

Invista no amor, melhore a sua qualidade de amor, é a única garantia de felicidade e sempre dá retorno para todo mundo.

Boa semana. Adriana

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