quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A espiritualidade no trabalho

Hoje vou transcrever trechos do primeiro tópico da primeira parte do livro de Mario Sergio Cortella, intitulado: ”Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética”. Editora Vozes.


Escolhi a passagem porque vai de encontro ao momento de muitas pessoas e considera a espiritualidade na vida cotidiana, o que, evidentemente, do meu ponto de vista pode amenizar bastante as situações que afligem o ser humano. Então pense a respeito sobre:

“ Em busca de sentido

Enxergar um significado maior na vida aproxima o tema da espiritualidade do mundo do trabalho

Ultimamente tem-se falado em empresa espiritualizada, líder espiritualizado. A crescente freqüência com que esses termos têm adentrado no universo corporativo pode ser interpretada como um indício de que uma busca por um novo modo de vida e convivência está em curso?

É um sinal, que às vezes é positivo, outras vezes não, porque se pode cair numa dimensão esotérica, que é perigosa. Mas a espiritualidade no mundo do trabalho é necessária. O que é a espiritualidade? É a sua capacidade de olhar que as coisas não são um fim em si mesmas, que existem razões mais importantes que o imediato. Que aquilo que você faz, por exemplo, tem um sentido, um significado. Que a noção de humanidade é uma coisa mais coletiva, na qual se tem a ideia de pertencimento e que, portanto, o líder espiritualizado – mais do que aquele que fica fazendo meditações e orações – é aquele capaz de olhar o outro como o outro, de inspirar, de elevar a obra, em vez de simplesmente rebaixar as pessoas. (...)

O desejo por espiritualidade é um sinal de descontentamento muito grande com o rumo que muitas situações estão tomando e, por isso, é uma grande queixa. E a espiritualidade vem à tona quando você precisa refletir sobre si mesmo; aliás, a espiritualidade é precedida pela angústia. (...)

Martin Heidegger, grande filósofo alemão do século XX, dizia que a angústia é a sensação do nada. (...) a espiritualidade é a resposta a um desejo forte de a vida ter sentido, de ela não se esgotar nem naquele momento, nem naquele trabalho. (...)

Em relação (...). Acredito que nós estamos hoje com uma crise no conjunto da vida social, do qual o trabalho é apenas um pedaço. Mas não é só o trabalho; a família também, o modo como se lida com os meios de comunicação, a relação entre as gerações, a própria escola. Então, nós estamos em um momento de transição, de turbulência muito forte em relação aos valores. (...)

Temos carência profunda e necessidade urgente de a vida ser muito mais a realização de uma obra do que de um fardo que se carrega no dia a dia.”

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Boa semana. Adriana

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