quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Racional, emocional e social

Hoje vou comentar o resultado da enquete: O que pesa mais na hora de tomar uma decisão? O racional, o emocional ou a socialização? O resultado foi 100% razão.


Isso significa que pensamos antes de decidir, porém pensamos levando em conta fatores sociais e emocionais além dos racionais, não é ? Por exemplo, se uma pessoa vai trocar de emprego, por mais que pense nas condições financeiras que podem melhorar vai pensar também se no novo emprego terá bons relacionamentos com as pessoas, se o cargo está à altura do que sua família espera de você, se a distância consome muito do seu tempo o que faria com que você deixasse de cuidar das suas prioridades pessoais, como ir à academia, fazer um curso, visitar os pais. Enfim, na hora de decidir mesmo sem querer levamos em conta muitas coisas além das que julgamos racionais.

Eu coloquei a questão na enquete justamente por isso, nós quase sempre pensamos que estamos decidindo coisas somente pela razão quando na verdade nossa razão é constituída por nossos conceitos adquiridos de nossas experiências emocionais e sociais.

É por isso que acontecem situações onde não entendemos a razão alheia, claro que existem afinidades, mas o emocional e a social tem ‘arranjos’ diferentes em cada um de nós.

Tem situações onde nós mesmos não entendemos exatamente porque decidimos determinadas coisas, mas decidimos, nem sempre há arrependimento, mas se houver observe suas emoções e como foi e é seu ambiente social, certamente vai entender melhor sua decisão, e as dos outros também.

Boa semana. Adriana

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Controlando a ansiedade

Antes de orientar sobre como diminuir ou acabar com a ansiedade é importante lembrar do que contribui para que ela se instale na forma de viver das pessoas.


A ansiedade é normal em situações novas ou desconhecidas, dura um dia ou dois antes da situação a ser enfrentada e diminui imediatamente após o enfrentamento. Passando disso, ou seja, perder o sono, ter taquicardia, sudorese, gagueira, tontura, tremor entre outros sintomas demonstra que a ansiedade está além do comum. O que agrava é que algumas pessoas tem tendência emocional para desenvolver quadros que atrapalham muito a vida, como depressão, síndrome do pânico, stress entre outros quadros que podem impedir a pessoa de ter qualidade de vida. Por isso é importante identificar desde quando existe a ansiedade, com que freqüência e situação ela aparece e se os sintomas tem aumentado.

Geralmente a ansiedade se instala porque a pessoa receia determinada (s) situação (ões) e isto faz com que ela pense demais nisto e acaba por ter atenção demasiada ao que a preocupa e com isso passa tempo demais ‘vivendo’ a mesma situação. Hoje em dia a ansiedade é frequente e infelizmente parece normal, na verdade, ela é comum, normal é não ser ansioso por quase tudo quase todo dia. Por ser comum pode passar despercebida e o que é identificado pelas pessoas são os sintomas, ou seja, quando já passou do limite a pessoa percebe que está ansiosa. Às vezes fica até difícil, a princípio, enxergar qual o real motivo da ansiedade. Por exemplo, a pessoa pode pensar que está ansiosa porque tem muitos afazeres no trabalho, quando na verdade ela tem receio de não dar conta e ser demitida. Por isso identificar o real motivo da ansiedade é muito importante no processo de ‘cura’.

Para algumas pessoas existem pequenas atitudes que fazem a ansiedade desaparecer ou diminuir a ponto de não gerar situações desagradáveis, o que segue abaixo ajuda a todos de modo geral, caso não resolva é necessário buscar orientação psicológica (terapia) para resolver de vez a questão. Então vamos abordar a questão por três pontos: mental, corporal e espiritual.

Mentalmente podemos diminuir a ansiedade olhando a situação de forma imparcial, tentando não criar demasiada expectativa, ajuda também lembrar de situações parecidas para recordar o que foi feito e teve êxito, recordar orientações e conselhos de como enfrentar a situação ajuda a formar um plano de ação e isto diminui a ansiedade porque dá a sensação de saber o que fazer na situação.

Para controlar os sintomas físicos podemos respirar, mas não só respirar fundo, respirar com atenção na respiração, funciona assim: antes de dormir, já deitado ou sentado em qualquer lugar encontre uma posição confortável, inspire devagar, segure o ar um pouco(conte até 3), e expire lentamente, o mais devagar que conseguir,importante: é necessário ter atenção ao entrar e sair do ar, nisto consiste a atenção no seu corpo, na sua sensação e não no que acontece ao redor, ou seja, esqueça TV, celular, o que for. Este momento é para você relaxar. No início pode parecer difícil, a concentração parece algo distante, quanto mais difícil maior o grau de ansiedade e distanciamento do que ocorre com si mesmo. No começo respire desta forma pelo menos 20 vezes, você vai sentir a diferença, depois aumente o número, vai ficando cada vez mais fácil. Prestar atenção no ar que inspira e expira tira o ruído que vem de fora, faz com que a pessoa se perceba e a mente se tranquiliza e depois a pessoa percebe ‘respostas’ ao que a incomoda. Lembre-se de que a prática traz a resposta.

Finalmente no sentido espiritual a pessoa precisa identificar onde está a confiança na vida, no Criador, em Deus, ou seja, onde está a fé. O que causa ou aumenta muito a ansiedade é o fato da pessoa não confiar no processo da vida, o medo gera a sensação de impotência, de incapacidade, de pouco a fazer e pior paralisa a mente no sentido de estar calma para ‘ver’ a situação de forma clara e possível de ser resolvida. Portanto, independente da sua religião, reforce a sua fé, acredite na proteção, na benção, na presença da Criação na sua vida. Lembre que tudo na natureza funciona para o bem de todos e o ser humano faz parte da natureza. Confie na sua condição de pertencer à natureza, de fazer parte do Todo, do Universo.

Boa semana. Adriana

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ética

Já citei aqui o livro de Mario Sergio Cortella, ‘Qual é atua obra’ e hoje farei um resumo das páginas 105 à 133 que fala sobre a ética, como ele explica de forma muito simples e que eu concordo inteiramente, vejo que é uma grande oportunidade de esclarecer um comportamento que, lamentavelmente, encontramos em poucas pessoas, atualmente.


“(...)A ética é o que marca a fronteira da nossa convivência...é aquela perspectiva para olharmos os nossos princípios e os nossos valores para existirmos juntos.(...)Não agimos por instinto. Agimos por reflexão, por decisão, por juízo. A ética é o conjunto de princípios e valores da nossa conduta na vida junta. Portanto, ética é o que faz a fronteira entre o que a natureza manda e o que nós decidimos. (...) A ética é um conjunto de princípios e valores que você usa para responder as três grandes perguntas da vida humana: Quero? Devo? Posso? (...) lembrando que a ética não é algo que nos dê conforto, mas algo que nos coloca dilemas. (...) Eles (dilemas) existem, e serão mais tranquilamente ultrapassados quanto mais sólidos forem os princípios que tivermos e a preservação da integridade que desejarmos.”

Sobre aceitar ou pagar propina, pedir ou não recibo, se beneficiar de um bem que não lhe pertence, entre outras situações o autor diz que: “Você responderá de acordo com os seus princípios e valores. Portanto, existem morais particulares, mas a ética é sempre de um grupo, sempre de uma estrutura maior, porque não existe razão para você ter princípios de conduta e valores se você vive só.(...) Se você tem autonomia e liberdade, vive dilemas éticos. Não tem como não vivê-los.”

Agora vem a parte que mais me identifico e que mais me entristece na nossa sociedade, a integridade. Na página 113 ele escreve: Integridade é o princípio ético para não apequenar a vida, que já é curta. (...) Integridade é a capacidade de saber que ‘eu morro louco, mas ninguém arranca a minha inteireza”. Integridade é honestidade, é sinceridade. Há pessoas que falam: “Mas isso no nosso país? Só um otário é honesto, íntegro e sincero”. É uma escolha. (...) Você obtém um pouco de sossego mental quando aquilo que você quer é também o que você deve e é aquilo que você pode.”

Já na página 127 ele coloca uma questão dura, porém que faz refletir ainda mais sobre as pequenas atitudes do nosso dia a dia; ele fala sobre o nazismo e do porque os generais nazistas fizeram aquilo, “um falou: ‘Fiz porque acreditava’ e 22 responderam: ‘Eu sou inocente, porque eu estava apenas cumprindo ordens’. Isso é absoluta ausência de integridade. Mesmo cumprindo ordens, fez porque quis. ‘Mas se eu não fizesse, eu ia morrer.’ Lamento, a escolha é sua. Continua sendo escolha. Por isso não diga ‘não queria’ quando escolheu. Porque, quando escolheu, queria. E se não queria , passou a querer quando fez a escolha. Quando aceitou o recibo por fora, quando parou em fila dupla, quando aceitou votar num parlamentar e depois não saber mais quem era ele, nem lembrar em quem votou na eleição seguinte. Saiba que, se não queria, passou a querer. Porque há uma coisa que é muito forte, que é a resignação como cumplicidade. Quando você e eu nos resignamos, nós aderimos àquilo que foi feito. (...) ‘Sabe o que é? É que, se eu não aderisse, eu seria morto’ Lamento. Dezenas morreram, mas não aderiram. Muitas pessoas são íntegras, honestas.”

Para encerrar o autor narra um encontro com um cacique da nação Xavantes, ele veio para um encontro e num passeio ao Mercado Municipal viu um garoto mexendo no lixo para se alimentar e questionou o porque de diante de tanta comida boa uma criança procurava no lixo algo para se alimentar. “(...) ele não conseguia compreender essa coisa tão óbvia: que uma criança faminta, diante de uma pilha de comida boa, pega comida podre. Eles não são ‘civilizados’. Sabe como ele passaria batido e nem repararia na cena? Se ele tivesse sido criado El algumas das nossas famílias, se ele tivesse ido a algumas de nossas igrejas, se ele tivesse freqüentado algumas de nossas escolas, se ele tivesse assistido a alguns de nossos meios de comunicação. Aí ele ia achar aquela cena normal. Neste instante, é bom lembrar que é necessário cuidar da ética porque senão ficamos anestesiamos nossa consciência e começamos a achar tudo normal.”

Este texto todo é somente um alerta para não perdermos o que de mais importante o ser humano possui, sua consciência, discernimento dos limites, do que é possível, ter integridade, valor, palavras que parecem ultrapassadas de tão incomum de se ouvir hoje em dia.

E você o que acha disso tudo?

Boa semana. Adriana

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Saúde

Está ‘na moda’ falar sobre saúde, mas eu não vou repetir as inúmeras recomendações e orientações sobre alimentação e exercícios, vou comentar sobre não cuidar da saúde quando esta já mostrou que não vai muito bem. Falo daquelas pessoas que sabem que tem algo que não vai bem em sua saúde como colesterol, diabetes, dores, pintas estranhas, entre outros sintomas simples e comuns que aparentemente não é nada grave ou  está no começo não deve ser nada demais...
É comum ouvirmos que os homens tem mais resistência em procurar o médico e seguir as orientações, neste caso acrescento o fato deles apresentarem maior dificuldade em aceitar que algo não vai bem, ouço frequentemente coisas como: “isso não é nada demais” e a pessoa tem diabetes, “remédios fazem mais mal que a doença” e a pessoa vai para o P.S. todo fim de semana , “eu não tive nada o médico é que acha isso” e a pessoa foi operada e precisou de três pontes de safena, “os médicos exageram” e a pessoa está em tratamento de quimioterapia.
Pode ser que eu conviva com pessoas que tem menos consciência do que a maioria sobre cuidar da doença, já que não houve prevenção, mas de um modo geral eu acredito que a maioria das pessoas tem resistência em procurar o médico somente para check up e se os exames acusam algo resistem em aceitar e tomar a medicação corretamente, você já ouviu alguém dizer: ‘eu tomo o remédio quando não me sinto muito bem’, porém a indicação é para tomar todos os dias...    
Sei que não é fácil ser privado de comer o que gostamos e que gastar dinheiro com remédio não é o melhor investimento, mas é aquela história de que nada dura para sempre e que comemos tanto que sobrecarregou e agora o melhor investimento para manter a vida é o remédio. Sabemos também que mesmo quem tem convênio perde muito tempo para marcar consultas, mesmo com hora marcada tem atraso, fazer exames é chato e ainda tem aqueles que são desagradáveis, entendo tudo isso, mas não entendo como isso tudo pode parecer pior do que perder a saúde ou a vida, alguém pode me responder?
Espero que você não faça parte dos que resistem e desejo que tenha familiares que se cuidem, pois não é nada fácil sofrer pela negligência dos outros com si mesmo, é difícil ver os que amamos em situação complicada porque não se cuidou e não se preveniu achando que ia ‘morrer rápido’ e ‘nem ia sofrer’. Toda pessoa tem o direito de fazer o que quiser, ou não fazer o que quiser, porém quando a escolha esbarra no outro precisamos pensar melhor, não acredito ser bom escolher não se cuidar quando isso pode implica ficar numa cama para alguém cuidar ou morrer aos poucos e ninguém poder fazer mais nada. É claro que ninguém quer que isso aconteça, mas infelizmente, em alguns casos é uma possibilidade, que pode ser evitada.
Disse tudo isso para você observar se está acordado para a vida, que só existe se você tiver saúde.
Boa semana. Adriana.