quarta-feira, 21 de março de 2012

Grupo de reeducação para homens agressores

Esta semana completa um ano que enfatizei a importância de aderirmos a campanha chega de violência contra a mulher, na verdade chega de violência contra todo ser humano. O texto abaixo é um retrato da sociedade mais consciente de sua atitude perante um problema tão comum em nossa sociedade.


No Jornal O Estado de SP de 18 de março, em reportagem de Valéria França com Sergio Barbosa, professor de Filosofia e Sociologia que é voluntário desde 2006 do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, trata-se de um grupo, organização não governamental que pegou um caminho alternativo para tentar cortar o ciclo da violência contra a mulher: o de reeducar os homens.

“Caminho no qual a Justiça também acredita. Desde 2010, a Vara Central da Violência Doméstica e Familiar contra A mulher de São Paulo, na Barra Funda, zona oeste, direciona homens agressores para a ONG.

“No início eles se sentem injustiçados. Acham que não fizeram nada demais”, explica Barbosa, que junto com uma equipe faz uma série de atividades para desconstruir a figura do machão controlador. Todos os orientadores são homens. Ao todo são 16 encontros semanais.

Os motivos para a violência são quase sempre os mesmos: sentimento de posse, de ciúme, educação dos filhos e machismo. “Acham que só eles podem fazer determinadas coisas, como trabalhar e não cuidar das tarefas domésticas ou sair com os amigos para uma noitada. Quando são desafiados partem para a agressão”, diz Barbosa. “No grupo, muitos freqüentadores tem curso superior e acreditam que são representantes da honra e do poder”.

Noções de direitos humanos e da Lei Maria da Penha também fazem parte do programa. A ideia é acabar com o sentimento de impunidade. Questões de saúde sexual, como a importância do uso da camisinha, também são abordadas. Barbosa passa tarefas fala sobre leis e ainda faz sessões de psicodrama em que o homem encarna a mulher agredida.

Alguns alunos freqüentam também o curso da Academia de Polícia de São Paulo, batizado de Projeto de Reeducação Familiar, constituído de seis encontros mensais com palestras.

“De cada cem agressores que passam pelo Coletivo, apenas dois reincidem”, diz Barbosa. A Justiça deve aumentar o número de cursos, porque a demanda de ‘alunos’ deve crescer. Só em abril 60 homens são esperados para uma mega-audiência na Barra Funda.”

Atitudes como estas, incentivadas e apoiadas pelo governo são uma luz no fim do túnel para esta situação tão lamentável e ultrapassada de violência que vivemos até hoje.

Ajudem a divulgar acredito que este é um incentivo as mulheres que acham que denunciar não adianta nada.

Boa semana. Adriana

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