Desde que começou essa estória de acabar com as sacolinhas no mercado eu achei uma opção sem sentido, já que outras embalagens para outros fins que também são de plástico continuariam a ser utilizadas e mais o governo não mencionou nenhum tipo de propaganda que tivesse o intuito de educar a população, já que esta ainda joga lixo na rua, portanto ainda tem muito a aprender. Outro ponto que me impediu de escrever aqui antes é o fato de eu saber que o plástico da sacolinha ecológica não iria simplesmente se decompor na natureza sem as devidas condições, mas eu não sou da área e me falta conhecimento adequado para falar sobre o assunto.
Felizmente recebi o Jornal do Farol, ano 9, nº 302, com uma entrevista com o engenheiro químico Miguel Bahiense (pessoa entendida) à revista Free São Paulo por Gilberto Campos.
Abaixo segue alguns trechos da entrevista que acredito serem os mais esclarecedores.
“Caixas de papelão e sacolas de pano oferecem alto grau de contaminação
Miguel Bahiense é presidente da Plastivida - Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, ele não tem dúvidas que o acordo voluntário feito pela Associação Paulista dos Supermercados (APAS), o Governo do Estado e as principais redes de supermercados que tirou do dia a dia dos consumidores o direito de utilizar as sacolinhas plásticas é uma farsa.(...)E alerta: as caixas de papelão e sacolas tem alto graus de coliformes fecais, coliformes totais e E.coli.(...)
As sacolinhas são mesmo as vilãs do meio ambiente?
Bahiense – ambientalmente, as sacolinhas comuns são comprovadamente as mais sustentáveis. Para se ter uma idéia, as sacolinhas apresentam menos emissão de CO2 em seu ciclo de vida, além de consumir menor quantidade de matéria-prima frente às outras opções.
Mas o senhor concorda que o termo ’biodegradável’ é mais sedutor aos ouvidos do consumidor?
Bahiense – o termo biodegradável é sedutor, mas confunde a população. Passa a impressão que é algo que vai sumir na natureza sem causar danos. As sacolinhas biodegradáveis, vendidas aos consumidores, só se biodegradam em condições adequadas de compostagem, ou seja, precisaria de uma usina de compostagem e controlar as emissões. No Brasil, entretanto, não existem usinas de compostagem. Se o nome biodegradável é sedutor para o consumidor, para a ciência é muito pior em termos de impacto ambiental.
Até que ponto a população de baixa renda vai sofrer mais?
Bahiense – a população de baixa renda pé a que mais utiliza a sacolinha plástica para descarte do lixo. A conta também é simples. Antes a população utilizava as sacolas para descartar lixo, não importava sua classe social. Agora, sem elas, as classes A e B+ poderão agregar em seu orçamento doméstico os sacos de lixo. E as classes B-, C, D e E? Como comprarão sacos de lixo? Como descartarão seu lixo sem sacolinhas? Será um problema ambiental, este sim real, pois os que os supermercados argumentam para banir as sacolas são equivocados.
Os supermercados oferecem como opção as caixas de papelão. Quais os riscos do consumidor em utilizá-las?
Bahiense – há alto grau de contaminação. Um estudo realizado pela Microbiotécnica, empresa especializada em higiene ambiental, apontou que caixas de papelão e sacolas de pano usadas possuem alto grau de contaminação. Nas sacolas plásticas não foram encontrados coliformes totais, coliformes fecais, nem E.coli (escherichia coli), enquanto em 58% das sacolas de pano havia a presença de coliformes totais. Já nas amostras de caixa de papelão, 80% apresentavam coliformes totais, 62% coliformes fecais e 56% E.coli.
O que fazer para o consumidor ter o retorno das sacolinhas plásticas?
Bahiense – Existem ações na Justiça Paulista. Muitos municípios criaram leis para banir as sacolas plásticas. O Tribunal de Justiça de São Paulo derrubou cerca de trinta leis como estas. O Estado sabe que é inconstitucional banir as sacolas, é o próprio TJ que diz. “
Quero esclarecer que sou a favor de medidas que preservem o meio ambiente, mas quando são coerentes. No meu caso, especificamente, irei poluir mais usando sacos de lixo porque a quantidade de lixo que descarto é pequena, o menor saco de lixo que encontro no mercado tem o dobro do tamanho da sacolinha, ou seja, é como se eu jogasse o dobro de plástico no lixo, que inclusive não tem coleta seletiva e o plástico preto ou azul do saco de lixo também é de plástico...ainda tem o fato de continuarmos usando plástico nas embalagens dos produtos, no sacolão, em outras lojas, que não supermercados, que continuam embalando os produtos em sacolas plásticas, e nem todo município irá aderir a exclusão das sacolinhas, então além dos problemas citados na entrevista acima temos o fato de muitas pessoas jogarem lixo na rua e ele irá em sacos de lixo, qual a diferença? Foi principalmente por estes motivos que eu publiquei a entrevista de Miguel Bahiense, num blog de psicologia, mas que tem como título, PENSAR PARA REALIZAR.
Boa semana. Adriana
E a populacao sendo enganada. O Tonto aqui que vos escreve ja gastou comprando sacolas de pano e sacos de lixo.
ResponderExcluirBoa semana....
Dri, realmente esse assunto dá muito pano para manga, me sinto um pouco refém dessa manipulação, me dá muita raiva em ouvir o locutor do Bergamini parabenizando os clientes concientes que aderiram ( foram obrigados ) a esse movimento sem lógica. Uma pergunta o saco que lacram minhas coisas na entrada do mercado não polui? Bjs
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