A diferença está em como percebemos os fatos

Hoje indico um livro muito interessante, útil e rápido de ler, trata-se de: “A sombra não assombra” de Miriam Salete, editora Espaço Editorial. O livro trata daquelas partes escuras do nosso ser que não queremos olhar, porém depois de olhar frente à frente percebemos que não é tão ruim assim e conseguimos aceitar como parte daquilo que podemos melhorar. Abaixo segue um trecho do livro que considero uma pequena luz em nosso dia a dia.


“...É quando resgatamos o poder que vem de dentro que entendemos que a maneira de perceber os fatos é o que realmente importa, pois reagimos e criamos de acordo com tal perspectiva.

Vários foram os filósofos que fizeram tal afirmação: deixemos que Sartre os represente quando diz: “Não é que a vida fez com você, é o que você fez, com o que a vida fez com você”, ou seja, não existem os fatos, apenas a interpretação deles. Mas é muito mais cômodo atribuir ao outro a responsabilidade pela minha dor porque perceber a minha responsabilidade é mexer em um vespeiro. Qualquer um de nós prefere atribuir aos outros, às causas externas, os motivos de quaisquer situações penosas, pois, dessa maneira, afastando de si a responsabilidade, não terá que fazer nada ou diante da constatação dos fatos e de alguma responsabilidade por si mesmo, atribuir ao seu passado tais causas. Jung pergunta sobre isso: “Por que um mesmo acontecimento traumatiza uma criança e não atua sobre outra?”

Mas perceber que eu tenho responsabilidade, que estou em falta comigo mesmo e não estou fazendo nada pra mudar o que me machuca é coisa pra gente grande. É difícil crescer quando toda a educação é voltada para fora. E o que eu quero? Melhor nem saber; e se for incongruente como que querem que eu queira? O que eu quero está sob o domínio do outro, e interiorizar valores do mundo, neutraliza o nosso verdadeiro valor. (...)”

Para encerrar deixo uma frase de Rubem Alves, caso você ache que não precisa pensar sobre o texto acima: “O homem que nunca altera suas opiniões é como água parada; gera répteis em sua mente”.

Boa semana. Adriana