quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A vida Afetiva de pessoas com Transtorno de Deficit de atenção/ hiperatividade

TDA e vida afetiva


“A forma de amar dos TDA/H é influenciada pela tríade de sintomas que citei anteriormente, desatenção, impulsividade e hiperatividade, que varia de intensidade de uma hora para outra. Mas uma coisa é certa: em todos os casos sobra emoção e quase sempre falta razão. Nessas mentes inquietas parece que não existe qualquer espaço que seja para abrigar a velha e cansada amiga Razão. Eles tendem a sentir todas as emoções de modo muito mais intenso que a maioria sequer pode imaginar.

Os impulsos nos TDAs podem se apresentar de várias formas: por meio de explosões afetivas, no comer, falar, trabalhar, jogar, fazer sexo, comprar ou usar drogas. Seja qual a forma em que tais impulsos possam se manifestar, sempre trarão situações de desconfortos pessoais e grandes embaraços conjugais. Os atos impulsivos são geralmente interpretados como egoístas, narcisistas ou infantis, mas sabemos que TDAs agem assim em função de uma alteração neurobiológica, que também não esta sob seu controle.

De um modo geral, pessoas com funcionamento TDA tem dificuldades de se expressar devido a enxurrada de pensamentos que gera uma disparidade entre o seu modo de pensar e a sua maneira de se expressar. Muitas vezes, a rapidez de seus pensamentos o impede de falar o que é fundamental para se fazer compreender. Muitos adultos com TDA tenderão a se calar com medo de provocar conflitos e/ou tenderão a dizer tudo que lhes vem à cabeça com uma grande dose de agressividade.

Os TDAs tem uma tendência a dependências em geral. Essa dependência muitas vezes pode se manifestar em uso de drogas, álcool, medicamentos. Em tais casos, verifica-se que, quase sempre, o consumo de certas substâncias costuma ocorrer como conseqüência de um cérebro que busca, incessantemente se acalmar, se organizar ou mesmo manifestar de maneira mais efetiva ou estruturada, na relação consigo mesmo ou com os outros. É nesse aspecto do relacionar-se com os outros que se inicia, desde muito cedo, o desenvolvimento de relacionamentos que terão como tônica a dependência de pessoas.

Se lembrarmos que a hipersensibilidade e a hiperreatividade são características do comportamento TDA, podemos logo imaginar ou mesmo constatar o grande estrago que relações desse tipo podem causar. As relações de dependência de pessoas TDAs podem ser classificadas de três maneiras: dependência ativa, passiva ou mascarada.

A classificação se baseia na origem da formação emocional desses indivíduos, que começa na infância, pois é justamente aí que se inicia todo o alicerce de nossa estrutura interna. Alicerce que será o terreno sobre o qual nossa autoestima irá se assentar, seja para crescer saudável, seja para manter-se frágil e dependente de referências externas, que , por serem externas, estarão sempre sujeitas a variações imprevisíveis.”

Lembro que este texto é um resumo muito reduzido do capítulo de mesmo título (TDA e vida afetiva) encontrado no livro: Mentes Inquietas, de Ana Beatriz Barbosa Silva.

Na semana que vem abordo o tema sobre o tratamento para TDAs, sendo este o último texto da série.

Boa semana. Adriana

Nenhum comentário:

Postar um comentário